Justiça Federal arquiva investigação contra suspeitos de favorecimento ilícito em editais culturais no Piauí

  • 14/02/2025
(Foto: Reprodução)
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) decidiu que o inquérito, solicitado por um procurador da República em 2020, deveria ter sido autorizado previamente pela Corte, já que envolvia um secretário estadual com foro por prerrogativa de função. Inquérito arquivado: Justiça põe fim ao inquérito da PF sobre desvios na Secult A Justiça Federal arquivou, na última quarta-feira (12), o inquérito da Polícia Federal que investigava o favorecimento de agentes públicos e pessoas jurídicas em editais culturais, promovidos em 2020 pela Secretaria de Cultura do Piauí (Secult), e custeados com recursos da Lei Aldir Blanc. ✅ Siga o canal do g1 Piauí no WhatsApp O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) decidiu, por unanimidade, que a solicitação de instauração do inquérito e todos os atos que derivaram dele são nulos, já que não houve a devida autorização judicial da Corte. Essa autorização era necessária porque o procedimento investigava, na época dos fatos, o então secretário de Cultura Carlos Anchieta, que possuía foro por prerrogativa de função (entenda abaixo). Em nota, a Secult celebrou a decisão da Justiça (leia ao fim da reportagem). Secretaria de Cultura Jorge Bastos / Secult Na decisão, o desembargador federal Marcus Vinicius Reis Bastos apontou que, como o secretário tinha o direito de ser julgado diretamente por tribunais superiores em vez de por juízes de primeira instância, o TRF-1 deveria ter se manifestado antes da instauração do inquérito. Compartilhe esta notícia no WhatsApp Compartilhe esta notícia no Telegram “Malgrado detivesse inequívoca ciência da suposta participação nos fatos de autoridade com prerrogativa de foro nesta Corte, o Procurador da República requisitou a instauração de inquérito policial à Superintendência Regional da Polícia Federal no Piauí, o qual foi instaurado, ausente prévia manifestação deste Tribunal”, escreveu o desembargador. O pedido de instauração foi feito, em dezembro de 2020, pelo então procurador da República Tranvanvan da Silva Feitosa, diretamente à ex-superintendente regional da PF no Piauí, Mariana Calderon. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a investigação era necessária para determinar se houve crime de estelionato. Assim, além da anulação da solicitação e do arquivamento da investigação, o TRF-1 determinou que: Todas as provas obtidas nesse inquérito, desde setembro de 2021, são ilegais, já que derivam de um procedimento nulo; Os bens e valores apreendidos devem ser devolvidos, pois foram recolhidos com base em um inquérito inválido. Ex-secretário se manifesta Fábio Novo, deputado estadual pelo PT-PI Pedro Lima/g1 O deputado estadual Fábio Novo, que esteve à frente da Secult entre 2015 e 2022 e indicou o ex-secretário Carlos Anchieta para a pasta em 2020, se manifestou sobre o arquivamento do inquérito em coletiva de imprensa na quinta-feira (13). Fábio destacou que o TRF-1 entendeu que as ações da polícia no caso foram feitas sem autorização prévia do Tribunal. Ele também alegou que provas que isentavam a Secult e o ex-secretário foram apresentadas posteriormente. Para o petista, a operação da Polícia Federal deflagrada no âmbito da investigação prejudicou sua campanha à Prefeitura de Teresina nas eleições municipais de 2024. Ele disse que espera um pedido de desculpas por parte de seu adversário no pleito, o atual prefeito Silvio Mendes (União Brasil), cuja campanha abordou o assunto durante as propagandas eleitorais. “Eleição não pode ser uma disputa que a gente tem que enlamear a reputação das pessoas para ganhar o poder a qualquer custo”, declarou Fábio Novo. Operação Front Stage PF cumpre mandados contra suspeitos de favorecimento em editais com recursos da Lei Aldir Blanc Divulgação/PF Em agosto de 2024, a Polícia Federal deflagrou a Operação Front Stage e fez buscas em endereços de suspeitos de crimes contra a administração pública e de lavagem de dinheiro, resultantes de favorecimento nos editais da Secult. Os mandados foram cumpridos em Teresina e Floriano. A PF afirmou que identificou, com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), vínculos e transações financeiras entre as pessoas jurídicas supostamente favorecidas e agentes públicos da secretaria. Um dos envolvidos, de acordo com a polícia, apresentou evolução patrimonial incompatível com os seus rendimentos em período posterior à realização dos editais culturais. "Além disso, algumas transações apresentam indícios de que parte dos recursos foi repassada a pessoas físicas e jurídicas com características de pessoas interpostas e empresas de fachada, a fim de promover a lavagem de dinheiro. No total, as pessoas jurídicas investigadas receberam R$ 1,67 milhão em premiações custeadas com recursos da Lei Aldir Blanc", informou a PF na época da operação. Dias depois da operação, o então secretário de Cultura Carlos Anchieta pediu demissão e foi exonerado do cargo. A advogada Ingrid Pereira o substituiu no comando da pasta. Confira a nota da Secult sobre a decisão do TRF-1: A Secretaria de Estado da Cultura do Piauí (Secult-PI) celebra o julgamento do Tribunal Regional Federal da 1º Região que decidiu, por unanimidade, pelo indeferimento de denúncias sobre a Secult, referente à gestão do ex-secretário Carlos Anchieta. A decisão reconhece a nulidade absoluta de todos os atos da fase investigatória, resultando no arquivamento do inquérito. Reafirmamos nosso compromisso com a legalidade e transparência, seguindo firmes na valorização da cultura piauiense. 📲 Confira as últimas notícias do g1 Piauí 📲 Acompanhe o g1 Piauí no Facebook e no X VÍDEOS: assista aos vídeos mais vistos da Rede Clube

FONTE: https://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2025/02/14/justica-federal-arquiva-investigacao-contra-suspeitos-de-favorecimento-ilicito-em-editais-culturais-no-piaui.ghtml


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